30 de dezembro de 2009

O Estripador de Mulheres, de Juan Bajon (Brasil, 1978)

Bizarra mistura de registros nesse filme que começa como um exploitation vários tons acima de qualquer naturalismo (Ewerton de Castro numa performance absolutamente despirocada), flerta com um quase terrir a partir de algumas situações bastante inesperadas (as vizinhas e a tartaruga, as confissões à polícia), e de repente adquire um tom crítico bem pesado sobre o papel da polícia (em plena ditadura, claro) e principalmente da exploração da mídia (onde o plano final é radical). Pena que Bajon, nesse seu primeiro longa (depois ruma pro lado mais pornô da Boca), não tem total controle disso tudo que vai sendo jogado no filme bem atabalhoadamente (personagens somem por um tempo grande, outros vêm a primeiro plano de repente por tempos longuíssimos) e, por mais que a projeção do filme que eu vi não sirva de balizamento (a cópia parecia saída de uma master VHS desenquadrada), sua tosqueira visual cria ruídos demais tanto pro lado exploitation quanto pro mais "sério".
(visto na sala 1 do CCBB-RJ, dentro da mostra Horror no Cinema Brasileiro, projetado em DVD)

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